O carvão vegetal usado no preparo do churrasco é um recurso amplamente utilizado em diversas áreas e sua história remonta, às civilizações antigas, como os egípcios, gregos e romanos, que já utilizavam como fonte de calor para a produção de metais e cerâmicas, além de fins medicinais e agricultura.
No Brasil, a produção de carvão começou no período colonial, quando a extração de ouro, produção de açúcar e café exigiam abundância de carvão para a produção de energia.
O carvão vegetal não é utilizado somente para o churrasco, ele também é utilizado como combustível de aquecedores, lareiras e fogões a lenha, além de abastecer alguns setores, como as siderúrgicas para produção de ferro e aço.
O carvão também é usado na medicina, nesse caso chamado o carvão ativado, capaz de reter na sua superfície diversas substâncias, como gases, toxinas, bactérias e impurezas. Por isso, serve para tratar problemas digestivos, intoxicações, infecções e até para purificar a água e o ar.
Produção e processo de carbonização do carvão vegetal
Devido à carbonização da madeira, o carvão é negro. Esse processo consiste em submeter a madeira a altas temperaturas em ambiente com pouco ou nenhum oxigênio, fazendo com que ela se decomponha em gases, líquidos e sólidos.
O sólido resultante é o carvão, com um alto teor de carbono e baixa umidade. Esse processo tem três etapas:
Secagem: A madeira é empilhada dentro dos fornos e coberta com terra e folhas. A pilha então é acessa em sua base, iniciando o processo de secagem.
Carbonização: À medida que a madeira seca, ela começa a se decompor e liberar gases voláteis. A alta temperatura causa a liberação de vapores inflamáveis e água, deixando para trás carvão.
Resfriamento e coleta: Após a carbonização vem o resfriamento e o carvão é retirado. O processo resulta em uma substância porosa e rica em carbono.
Sustentabilidade, impacto ambiental e social
A produção de carvão pode trazer benefícios econômicos e sociais, mas também pode causar impactos ambientais e trabalhistas. Entre os benefícios, a geração de emprego e renda nas regiões produtoras e a contribuição para a matriz energética nacional.
Entre os impactos negativos, podemos citar a exploração ilegal e predatória de madeira nativa, causando desmatamento, perda de biodiversidade e erosão do solo.
Além disso, a utilização de fornos rudimentares e arcaicos que liberam excesso de poluentes na atmosfera oferecem condições precárias aos carvoeiros. Que em algumas situações são submetidos a jornadas exaustivas e baixos salários.
Como melhorar a produção de carvão vegetal?
Para mitigar seus problemas e tornar a produção mais sustentável e socialmente justa, é preciso adotar medidas que garantam o uso de madeira legal e certificada, proveniente de florestas plantadas ou de manejo florestal. Investir em novas tecnologias, como o sistema forno-fornalha, que aproveita os gases da carbonização para secar a madeira e gerar energia elétrica.
Além disso, é fundamental garantir os direitos e a dignidade dos carvoeiros, oferecendo-lhes condições adequadas de saúde, segurança, remuneração e capacitação. Para isso, é preciso fiscalizar, formalizar os contratos de trabalho e incentivar a organização dos produtores em cooperativas ou associações.
Carvão, fonte valiosa de energia e matéria-prima.
O carvão é uma parte fundamental de muitas indústrias ao redor do mundo com uma rica história, além de ser um material versátil.
Sua produção, quando feita de forma responsável e sustentável, pode ser uma fonte valiosa de energia e matéria-prima, contribuindo para a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico e social regional.
Para isso é necessário buscar melhorar a qualidade do produto, reduzir os impactos negativos e valorizar os trabalhadores. Assim, o carvão poderá continuar sendo uma fonte de energia renovável.
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- Fontes:
- https://brasilescola.uol.com.br/geografia/carvao-vegetal.htm
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Carv%C3%A3o_vegetal
- https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/agroenergia/socioeconomia/florestas/carvao-vegetal
